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Após uma breve discussão sobre vácuo clássico versus vácuo quântico, na qual descreveremos alguns efeitos das flutuações quânticas do vácuo, como a emissão espontânea e o deslocamento Lamb, entre outros, introduziremos o conceito de energia de ponto zero e contaremos um pouco de sua história. Em seguida, introduziremos o conceito de força dispersiva e utilizaremos um método semiclássico simples, conhecido como "método dos dipolos flutuantes”, para calcularmos a expressão da força dispersiva entre dois átomos no regime de curtas distâncias. Nesse regime, os efeitos do retardamento da interação entre os átomos são desprezíveis. Esse resultado foi obtido por London em 1930 e, por esse motivo, tais forças são as vezes chamadas forças de London. Passaremos, então, à discussão do efeito Casimir, assim denominado em homenagem ao físico e humanista holandês H. B. G. Casimir, e cuja origem está estreitamente relacionada aos experimentos com suspensões coloidais realizados nos laboratórios da Phillips, na Holanda, durante a década de 40. Em sua forma mais conhecida, esse efeito consiste na atração de duas placas perfeitamente condutoras descarregadas, paralelas e colocadas no vácuo. Veremos, no entanto, que sua história teve início na tentativa de Casimir e Polder de levarem em consideração os efeitos de retardamento da interação eletromagnética no cálculo das forças de London-van der Waals. Casimir acabou introduzindo um método para se calcular as forças dispersivas baseado na energia de ponto-zero.
Apresentamos um cálculo simples da força de Casimir em uma situação idealizada utilizando o método de Casimir. Por fim, faremos algumas elaborações sobre o efeito Casimir, em particular, discutiremos brevemente outros métodos de cálculo, em particular, o da função zeta baseado em uma extensão analítica.